Instrumentos da Caligrafia Árabe

Cálamo, tintas e papel: instrumentos da Caligrafia Árabe
Os principais materiais da escrita árabe são o cálamo (do árabe qalam,"caneta"), usado há séculos e ainda hoje para a caligrafia artística e a tinta geralmente de cor preta ou castanha, obtida através de pigmentos naturais. Apesar de haver uma grande quantidade de suportes onde a caligrafia possa ser trabalhada, a mais comum é o papel que deve ter uma superfície lisa para facilitar o deslizamento do cálamo.

Conheça a seguir um pouco mais sobre cada material:

❁ O Cálamo

O cálamo é uma espécie de pena feita de junco (espécie de cana), e é o instrumento tradicional da caligrafia árabe. Este tipo de pena é melhor do que as metálicas, por causa de sua flexibilidade que permite mais liberdade de movimento durante a escrita. A forma e o ângulo como é cortada a ponta é determinada pelo estilo de escrita em que será utilizada. Ele é apontado com uma faca ou estilete, e a ponta deve ser cortada em uma espécie de chanfro sobre uma makta (pequena tabuinha de corte). Finalmente é incisada no meio para que possa segurar uma quantidade de tinta equivalente a uma letra.
Diferentes tipos e formatos de cálamos
O cálamo, também pode ser feito dos seguintes materiais:
  • Bambu
  • Penas javanesas feitas de espinho de palmeira (para trabalhos de precisão)
  • Penas de madeira talhada (para trabalhos em grande escala)
  • Uma caneta especial para caligrafia, com ponta de feltro chanfrada
❁ A Tinta 

A caligrafia é geralmente escrita com tinta preta feita de fuligem, dissolvida em goma arábica e água. Este tipo de tinta é removível com água e erros podem ser facilmente apagados com um algodão umedecido. No passado, a fuligem utilizada para fabricação das tintas eram removidas de dentro das lâmpadas das mesquitas, que acreditava-se conter o poder de abençoar a escrita.
A tinta é colocada em pequenos tinteiros,  em cujo fundo é colocado um chumaço de seda crua que serve para prevenir que o cálamo pegue tinta em excesso e evitando que se formem bolhas na escrita.

Além dessa, vários tipos de tintas foram utilizadas para manuscritos importantes. Por exemplo, um Alcorão, pode utilizar várias cores, incluindo dourado. No passado, todos os tipos de tintas foram desenvolvidos, desde um tinta invisível para mensagens secretas até uma tinta contendo grãos de vidro que brilhava quando seca. Alguns calígrafos contemporâneos utilizam o nanquim por ser a mais semelhante a tinta árabica.

❁ O Papel

Até o séc. X, a caligrafia era feita em papiro (feitos de junco) ou pergaminhos ( feito de peles de animais). Com a chegada do papel no Oriente Médio, este passou a ser o principal suporte da caligrafia por ser mais barato e fácil de produzir.
Antes de ser utilizado para a caligrafia, o papel  geralmente é tingido com corantes naturais e revestido com uma goma conhecida como ahar. Em seguida o papel é polido para tornar a superfície mais lisa. Hoje em dia, os calígrafos utilizam papéis comerciais, como o couché.

Geralmente a cor dos papéis é creme ou ocre, porque o papel branco "cansa" mais a vista. Papéis de outras cores como azul, verde ou amarelo são usados para trabalhos especiais. Também há papéis com molduras decorativas ou marmorizados (arte Ebru). Algumas caligrafias são feitas com letras recortadas e coladas uma por uma em um papel de cor mais contrastante.
(Baseado em CallygraphyQalam)

Caligramas e Composições Caligráficas

A caligrafia, a mais islâmica das artes, também possui seu lado figurativo. Frequentemente a caligrafia islâmica aparece em forma de  caligramas, ou seja, desenhos e composições artísticas que representam objetos, plantas ou animais, ou simplesmente formas harmônicas como composições simétricas ou figuras geométricas (alguns exemplares raros sugerem figuras humanas). Estas composições não pretendem comunicar algo, mas apenas mostrar a habilidade do calígrafo: por isso em geral são muito difíceis de ler e costumam reproduzir mensagens que o espectador já conhece. A mais comum é a bismallah  ou basmala ("em nome de Deus"), a shahada (testemunho de fé), ou algumas suras do Alcorão que os muçulmanos já sabem de cor.

Bismallah em forma de pássaro
Bismallah em forma de pera
Os exemplos mais antigos são os que formam figuras geométricas utilizando o estilo kufi geométrico. Enquanto entre as composições com estilos cursivos, são clássicas aquelas que reproduzem animais ou frutos. Um subgênero também clássico são os desenhos espelhados, composições em que o desenho é duplicado e refletido como continuação do original simbolizando as duas dimensões do ser humano: corpo e alma.
Caligrama Kufi geométrico representando uma mesquita
Bismallah  duplo refletido 
Entre as composições calígráficas, também merece destaque também a tughra (em turco tuğra) ou assinatura estilizada dos sultões otomanos que era utilizada nos cabeçalhos de documentos oficiais como um selo oficial ou monograma real. As tughras tem uma forma característica mais comum sendo que o único detalhe variável entre elas é o nome do sultão a que representam.
Tughra do Sultão Selim II

Os caligramas estão mais relacionados ao misticismo islâmico mas se tornaram populares entre muitos calígrafos importantes na Turquia, Pérsia e Índia do séc. XVII em diante. Embora sejam impressionantes em aparência, os caligramas nunca foram reconhecidos com uma expressão nobre de arte pelos mestres calígrafos. Muitas dessas composições eram produzidas por calígrafos mais populares ou para o interesse de pessoas mais comuns. 
Caligrama de Ali (o "leão de Deus" segundo os xiitas)
Nos ensinamentos da caligrafia, a imagem figurativa é usada para auxiliar na visualização da forma das letras, por exemplo a letra ha' se parece no estilo nasta'liq com dois olhos. A visão das letras na literatura e na poesia como reflexos do mundo natural vem dos tempos Abássidas.
Alguns dos mestres do gênero caligrama na contemporaneidade são os calígrafos Hassan Massoudy e Wissam Shawkat.

(Baseado em Wikipedia)

Principais Estilos da Caligrafia Árabe

Todas as formas de caligrafia árabe que existem derivam de um dos dois estilos utilizados na era pré-islâmica: o Kufi (geométrico) e o Naskh (cursivo). Cada estilo foi criado com um propósito diferente e tem suas próprias regras e características visuais:

۞ Estilos Geométricos

 Kufi : (ou Cúfico) tem esse nome por causa da cidade de Kufa (Iraque), onde se desenvolveu a partir do século VIII. É considerado o mais antigo estilo da caligrafia árabe e antigamente era chamado de Hiri, (da cidade de Al-Hira capital do reino Lakhmida, e foi originalmente influenciado pelo alfabeto siríaco). Os primeiros exemplares do Alcorão foram escritos em estilo Kufi. A característica principal desse estilo são as formas angulosas e geométricas, muitas vezes os pontos das letras são quase imperceptíveis e os diacríticos marcados na cor vermelha.
Detalhe de uma página do Alcorão em estilo Kufi antigo
Possui as seguintes variantes: 

Kufi floral:  no qual os traços adquirem características florais e se entrecruzam.
 Kufi floral: Shahada 
Kufi geométrico: no qual as letras são estilizadas em formas geométricas simplificadas. É um dos estilos mais utilizados na decoração, especialmente em mosaicos e azulejos, uma vez que suas formas angulosas se adaptam facilmente ao formato de quadrado e retângulo. As inscrições que decoram as paredes exteriores de mesquitas, minaretes e cúpulas são geralmente em estilo Kufi geométrico.

Kufi geométrico: Bismillah
Andaluzi ou Maghrebi: derivado do Kufi antigo, surgiu no Magreb do séc. X. É a forma de escrita, tradicionalmente usada em Al-Andalus e pelos povos muçulmanos da África Ocidental. Este estilo era escrito com uma pena de madeira diferente do cálamo que tinha uma ponta afiada como as usadas na Europa. Por este motivo,a espessura da linha  geralmente é uniforme. Também foge as regras de proporção aplicadas em outros estilos, dando uma maior liberdade de execução.
Kufi Maghrebi: Exemplar de um Alcorão do séc. XIII
۞ Estilos Cursivos 

Os "Seis Estilos" cursivos (Al-Aqlam al-Sittah) foram introduzidos por Ibn Muqla (c. 939) e depois aperfeiçoados por seus sucessores Ibn al-Bawwab (c. 1022) e Yaqut al-Musta'simi (c. 1298). Por serem mais fáceis de ler e escrever, eles passaram a ser mais usados que os estilos geométricos (exceto na decoração e arquitetura).
Os "Seis Estilos" (Al-Aqlam al-Sittah)

Naskh(significa "cópia") é o estilo mais básico, derivado da antiga escrita cursiva pré-islâmica, cujas proporções foram definidas por Ibn Muqla. Surgiu provavelmente no séc. X e tem esse nome por ter sido desenvolvido para tornar a caligrafia mais rápida e eficiente, especialmente para cópias de manuscritos. Foi o estilo mais usado no Alcorão, decretos oficiais e correspondências particulares. Atualmente é o estilo em que se baseiam os caracteres de tipografia na maioria dos países que usam o alfabeto árabe. Deu origem a muitos outros estilos caligráficos conhecidos.
Estilo Naskh: Sura Al-Fatihah (detalhe de um Alcorão do séc. XV)
 Ruq'a: derivado do Naskh, seu nome significa "pedaço", porque foi criado para ser escrito em pequenos pedaços de papel, para que pudesse ajustar o texto ao menor espaço possível. É um estilo totalmente simplificado, sem ornamentação e sem uso de diacríticos, às vezes algumas letras são escritas sobrepostas as outras. Os dois pontos são convertidos em uma linha horizontal e os três pontos são escritos como uma espécie de acento circunflexo. O Ruq'a é o estilo mais usado na escrita de hoje especialmente no Machreq (países árabes do Oriente).
Bismillah em estilo Ruq'a
Thuluth: (significa "um terço") é muito semelhante ao Naskh, do qual também é derivado,  porém com letras  verticalmente maiores. Surgiu no século XIII como o estilo ornamental, competindo com o Kufi e foi aperfeiçoado pelos calígrafos otomanos. O Thuluth original rapidamente deu lugar a um estilo mais livre, em que as letras são alongadas ou encurtadas à vontade para se adaptar ao espaço da escrita (geralmente um retângulo). Os espaços em branco entre as letras geralmente são preenchidos com sinais diacríticos ou sinais puramente ornamentais, que servem apenas para deixar a composição harmoniosa. Um exemplo deste estilo é a inscrição na bandeira da Arábia Saudita .
Estilo Thuluth: caligrafia otomana do séc. XIX
Tawqi': ("assinatura") surgiu durante o califado Abássida (750-1258), quando era usado para datar e assinar decretos oficiais. É uma variante menor do Thuluth cujas características são as longas verticais e grandes curvas abaixo da linha da escrita. Foi gradualmente substituído pelo estilo Diwani, e seu uso é  pouco comum.
Estilo Tawqi': detalhe de um Alcorão do afegão do séc. XII
Muhaqqaq: (significa, "claramente expressado") é um estilo preciso, com mais enfase na horizontal, letras com pontas e curvas mais proeminentes do que no estilo Naskh
Estilo Muhaqqaq: exemplar de um Alcorão Timúrida do sec. XIV ou XV

Rayhani: (nome de uma planta) é uma versão menor e geralmente usada em conjunto com o Muhaqqaq. No séc. XVII, o uso desses estilos entrou em declínio.

۞ Estilos Persas

Os estilos persas ou Farsi como o nome sugere, surgiram nas regiões da Ásia influenciadas pela cultura persa. Geralmente caracterizados pela simplificação das letras e os traços horizontais que se alongam alternando de tamanho entre uma letra e outra. Dos estilos de origem persa, um dos mais famosos é o Nasta'liq, cujo nome é uma junção de naskh + ta'liq , ou seja, " naskh pendurado". As palavras tendem a iniciar um pouco acima da linha da escrita e terminar um pouco acima, dando a impressão de que estão "penduradas". Também há uma acentuada variação entre traços grossos e finos, que é conseguida alternando dois tipos de cálamos, um com o triplo de espessura do outro. O Nasta'liq é o estilo mais usado para a tipografia em urdu e outras línguas do subcontinente indiano que usam caracteres de origem árabe. Há outra variante mais  ornamental conhecido como Shekasteh Nastaliq ou "Nastaliq quebrado"largamente usada em poesias.

Bismillah em estilo Farsi ou Nasta'liq
 Shekasteh Nasta'liq:
verso de um poema de Omar Khayyam 
Diwani, também derivado do Naskh, tem esse nome por  ter sido utilizado na administração (diwan ) do Império Otomano. Foi inventado pelo calígrafo Husam Rumi a partir do estilo persa Ta'liq, antecessor do Nasta'liq, e se tornou popular durante o reinado de Suleiman, o Magnífico (1520 - 1566). É um estilo muito ornamental, caracterizado por linhas excessivamente alongadas e curvas, espaço reduzido entre as palavras. É comum escrever palavras ou frases inteiras em Diwani sem tirar o cálamo do papel. Este estilo deu origem a outro ainda mais ornamental, chamado Diwani Jali ou ("Diwani sublime"), assim como no Thuluth, as lacunas são preenchidas com sinais diacríticos e ornamentais.
Estilo Diwani
Estilo Diwani Jali

Há estilos caligráficos menos conhecidos usando outros instrumentos: os muçulmanos da China, por exemplo, usavam o próprio pincel dos calígrafos chineses, para a caligrafia árabe criando um estilo muito particular,o Sini.

Bismillah em estilo caligráfico islâmico chinês (Sini)

(Baseado em Wikipedia e CalligraphyQalam)

Caligrafia Árabe ou Islâmica?

Caligrafia Otomana do séc. XVIII. "Em nome de Deus, o Clemente, o Misericordioso" (Bismallah)
A Caligrafia Árabe, também é conhecida como Caligrafia Islâmica e vice-versa. Porém na língua árabe ela é chamada de fann al-khatt, "arte da linha" e em persa, khoshnevisí "a bela escrita". O termo é aplicado à prática artística da caligrafia, ou à cópia de livros manuscritos nos países que partilham do patrimônio cultural islâmico.
Baseada no alfabeto árabe, que por muito tempo foi usado por todos os muçulmanos em suas respectivas línguas, esta forma de arte é especialmente reverenciada entre as artes islâmicas por ter sido o principal meio para a preservação do Alcorão.
O livro sagrado do Islã, tem desempenhado um papel importante no desenvolvimento e evolução da língua árabe e, consequentemente da caligrafia e do alfabeto árabe. Provérbios e passagens completas do Alcorão ainda são os principais motivos da caligrafia islâmica. Em determinados contextos, a religião islâmica considera a arte figurativa como idolatria e isso levou a caligrafia e as representações abstratas a se tornarem as principais formas de expressão artística das culturas islâmicas.
Página do alcorão em estilo Kufi sem os pontos
O desenvolvimento da arte da caligrafia está intimamente ligado à expansão do Islã a partir do século VII. Até então, a cultura árabe era transmitida principalmente por via oral e, embora os árabes já tivessem um alfabeto próprio, este só era usado para escrever memorandos, documentos de contabilidade comercial, epitáfios e outros usos menores. No alfabeto árabe da época, não havia os pontos que hoje distinguem umas letras das outras:  por exemplo, as letras ب, ت ,ث ( th, t, b) eram escritas toda da mesma forma. Assim o leitor devia fazer um esforço extra de interpretação, dependendo do contexto, o que geralmente não era um problema, porque muitas vezes os leitores eram os próprios escritores ou alguém que já tinha uma idéia do que foi escrito.
A formação do Estado islâmico, primeiro na Arábia e territórios não falantes da língua árabe, levanta duas questões. Primeiro, a necessidade de transmitir o Alcorão de uma forma fácil entre os não falantes do árabe, assegurando fidelidade ao texto. Por isso, o alfabeto árabe foi aperfeiçoado para que cada sinal representasse um único som: foram acrescentados os pontos a partir do qual letras diferentes são criadas. A notação de vogais como sinais diacríticos foi inventada mais tarde, por volta do ano 786 pelas contribuições de Khalil ibn Ahmad al-Farahidi. No entanto, a segunda questão era o crescimento do Estado islâmico que exigia uma gestão mais complexa e a organização de uma quantidade desconhecida de documentos anteriores ao Islã. Isso incentivou a melhoria da escrita, que se tornou mais rápida e mais nítida, dando origem a  proliferação dos diferentes estilos.

Página de um Alcorão do séc. XV em estilo cursivo ou Naskh
Nos primórdios do Islã, os estilos de caligrafia eram basicamente dois, e variavam de acordo com a superfície da escrita. Para os materiais mais duros, as letras tinham um aspecto mais quadrado e esquemático, enquanto que para as superfícies mais maleáveis, era utilizado um estilo mais cursivo. O primeiro estilo deu origem ao Kufi, que se originou na cidade de Kufa (Iraque), de caráter mais ornamental, que por sua vez, resultou em vários outros estilos, por exemplo o Kufi Magrebiano. Do estilo mais cursivo, surge o Naskh ou estilo "cópia", que é usado até hoje como modelo da tipografia árabe, que por sua vez levará a formas muito diferentes de escrita, entre os quais se destaca o Ruq'aum estilo utilizado especialmente na região do Machreq (Levante).
Como já citamos, o desenvolvimento da caligrafia como arte também se deve ao fato de que o Islã proíbe a representações de imagens figurativas e a caligrafia oferece um substituto para os ícones religiosos. Em vez de representar a Deus ou ao profeta, a arte islâmica os substitui pela representação caligráfica de seus nomes, ou frases do Alcorão , em particular o Bismallah.  
A escrita árabe em geral, independentemente da sua utilização artística, experimentou uma revolução no período islâmico, levando-se em conta a sua utilização menor em períodos anteriores. As sociedades medievais islâmicas, predominantemente urbanas, tinham um alto grau de alfabetização e as pessoas cultas se orgulhavam de dominar diferentes estilos caligráficos. A transmissão oral é mantida pela tradição, especialmente no caso do Alcorão, cujos alunos continuam aprendendo de cor, mas há um interesse paralelo pelo registro escrito de todo acontecimento, fábula ou pensamento, o que deu origem a uma literatura muito rica.  Os muçulmanos justificam esse interesse pela escrita, argumentando que a primeira palavra revelada por Deus ao profeta Muhammad é o imperativo de "leitura"  Iqra' :
Leia, em nome do teu Senhor que o criou,
criou o homem de um coágulo de sangue!
Lê! Teu Senhor é quem dá com alegria,
que ensinou através do cálamo,
ensinou ao homem o que ele não sabia
.
(Alcorão, 96, 1-5)

A caligrafia árabe começa a desenvolver sua forma artística com o calígrafo Abu Ali Muhammad Ibn Muqla (c. 940), que foi vizir do califado abássida. Ibn Muqla estabeleceu as primeiras regras de proporção no desenho das letras. Tomado o ponto como medida primária para medir o comprimento da linha e o círculo com diâmetro igual à letra alif (ا) para calcular as proporções das letras. 
Regras de proporção das letras segundo Ibn Muqla
A caligrafia árabe, persa e otomana também está associada aos arabescos e motivos geométricos que decoram das paredes e tetos das mesquitas, até as páginas do livro sagrado. Hoje em dia há diversos artistas contemporâneos no mundo islâmico e em outros países que trazem referências a herança da caligrafia ou outros motivos abstratos da arte islâmica em seus trabalhos. 

(Baseado em Wikipedia)